Godard anos 2000, 2 filmes
A propósito da inclusão tardia de "De l’origine du XXIe siècle" à lista "200 para os 2000"
(Talvez retomando daqui, não sei bem ao certo)
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Revisão hoje (03/07), pela manhã, graças ao comentário de um usuário do Letterboxd, de De l’origine du XXIe siècle e Dans le noir du temps.
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Antes, um comentário sobre a importância das listas, sobre o papel que elas podem cumprir.
A importância de uma lista, da sua composição, da sua leitura, está na eventual mudança dessa lista, na sua transformação, tanto faz se por aquele que a fez ou aquele que apenas a leu. Uma lista é, deveria ser feita para estimular complementos, revisões, pesquisas subsequentes, incorporações. Deveria ser compartilhada, ou mesmo guardada a sete chaves, para ter seus pressupostos, seus parâmetros, seus juízos iniciais relativizados, refeitos, extintos ou até mesmo reconfirmados mais tarde, com mais nuances, mais conhecimentos, menos impressões, menos pressões do momento. Uma lista deveria ser feita para, de um lado, incitar a curiosidade do leitor, e do outro cristalizar um momento de um determinado conhecimento do seu autor. Apenas isso; nada mais nem nada menos do que isso.
Uma lista também pode servir para que se perceba como certos períodos, certas obras, certos recortes funcionam, como se interligam, se dispersam e se extinguem. Uma lista, ou um conjunto delas, pode ajudar a entender como se encadeiam certos fenômenos, ao longo de quanto tempo, com quantos envolvidos; elas podem auxiliar no discernimento de tipos de produção, de carreiras, de abordagens, ou mais simplesmente de tipos de filmes.
Uma lista que reunisse, por exemplo, os títulos mais significativos produzidos entre os anos 1970 e os 2000 por Mario Kassar e Andrew G. Vajna, Lawrence Gordon, Edward R. Pressman e Jon Davison daria uma excelente noção do melhor da produção hollywoodiana no seu último grande período produtivo, poderia descrever as grandes curvas ascendentes e a curva acelerada do declínio final desse cinema.
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Em um dos comentários que acompanham a lista, escrevi que “esta lista seria ainda mais interessante se ela ecoasse menos choques de momento, menos ‘experiências cinéfilas’ (geralmente restritas ao encontro com um filme ideal à época do seu lançamento), menos idiossincrasias, e certamente não seria menos pessoal em função disso, antes o contrário”. Foi um desses ecos que fez com que eu não incluísse originalmente De l’origine du XXIe siècle na lista que publiquei aqui no dia 30 de junho.